Visita Noturna aos Patudos traz à luz documentos e histórias biográficas da Casa de Relvas

Na passada sexta-feira, e incluída no programa de comemorações do Dia Internacional dos Museus, decorreu uma visita noturna à Casa dos Patudos com o objetivo de responder à proposta do ICOM (Conselho Internacional dos Museus) de hiperconectar os museus.

Este foi um desafio lançado para articular os recursos às novas tecnologias com a aproximação à sociedade. Esta visita iniciou-se com a apresentação do conservador do Museu, Nuno Prates, da arquitetura da casa e as diferentes fases de reconstrução no panorama político e cultural na transição do séc.XIX para o XX, a figura de arquiteto Raul Lino e dos artistas envolvidos nesta reconstrução. Durante a visita foram lidas cartas, uma de D. Eugénia ao marido que se encontra fora do país e uma outra, de uma das empregadas ao irmão na qual se lamenta do mau feitio da “senhora condessa” e do ordenado de 25 tostões … no final, o ator André Vieira assumiu o papel de José Relvas, recriando o processo de escrita de uma carta a seu filho Carlos.

O espólio dos museus não se reduzem à quantidade de artefactos e documentos aí existentes. Há o espólio vivo, o testemunho de quem por perto viveu e experienciou factos e vivências correlacionadas. Durante a visita, Fernanda Sardinheiro, antiga funcionária do Museu com 22 anos de experiência de guia, contou histórias da Casa que lhe foram confiadas na 1ª pessoa, por antigos habitantes ou seus familiares: D. Albertina, dama de companhia da senhora da casa, que numa visita lhe contou pormenores íntimos da vida da família; uma sobrinha neta de Jorge Pinto, o autor dos azulejos do Hall da escadaria, que desenhou as caras dos seus 12 filhos e até o genro da Natália, a menina com chapéu de palha, eternizada num óleo na Galeria Verde.