“Trump, presidente dos EUA”

No dia em que se cumpriram 27 anos da queda do muro de Berlim, que separava as duas Alemanhas, a Europa acordou com a surpreendente notícia de que Donald Trump foi eleito o novo presidente dos Estados Unidos da América, ele que quer voltar a construir muros.
Ganhou um homem que representa tudo aquilo com que estamos sempre a lutar para que acabe, como a homofobia, o racismo e o machismo, entre outras coisas. É difícil acreditar que um país como os Estados Unidos tem uma população tão retrógrada que prefere votar num homem como Trump do que dar o poder a uma mulher e que se identifica com estas ideias. Mesmo depois de uma das campanhas mais intensas de sempre, onde se trocaram vá- rias acusações e várias mulheres o acusaram de abusos sexuais…
Como emigrante, fiquei bastante revoltada com tudo o que este senhor disse sobre os emigrantes, ninguém emigra porque quer mas sim por necessidade de uma vida melhor. Estas afirmações significam o começo do fim do sonho americano para muitos.
A ideia de fazer um muro na fronteira com o México é absolutamente ridícula, os Estados Unidos fazem fronteira com o Canadá também, e desse lado não se falou da construção de muros. Porque será? Quanto aos refugiados, é muito triste que não os queira deixar entrar no seu território, eles são vítimas de uma guerra criada pelo seu país, sem sentido, que só tem como objetivo o petróleo. É fácil dizer que vai acabar com o Estado Islâmico, é a única coisa em que estou de acordo com este senhor, só não sei se vai conseguir este objetivo, e a que métodos vai recorrer.
Não entendo o porquê de o novo presidente querer acabar com todos os benefícios sanitários que foram implantados pelo presidente Obama, como é o caso do Obamacare.
Trump afirmou que vai baixar todos os impostos sem pensar nas possíveis consequências e sem apresentar nenhuma solução para compensar estas medidas; também disse que acabaria com o tratado de livre comércio entre a Europa e os Estados Unidos, tudo isto sem pensar numa possível recessão económica do país e, consequentemente, da economia mundial. Quando o mundo inteiro está preocupado com as emissões de CO2, e todos chegaram a um acordo em Paris, uma das suas afirmações foi que cancelaria este tratado – algo que é impensável para poder assegurar o futuro das novas gerações.
Eu acho que tudo isto não passou de marketing eleitoral, o novo presidente da América é um businessman que se sabe vender muito bem, sem experiência no mundo da política, e que entrou na campanha com o objetivo de ganhar, e ganhou. É o segundo presidente americano que ganha as eleições sem ser político, o primeiro foi Dwight Eisenhower em 1952. Soube falar a língua das maiorias do seu país descontentes com o sistema político. Não acredito que cumpra todas as promessas eleitorais que fez, e ainda bem para o bem do mundo inteiro.
Eu espero que ele consiga mesmo fazer América great again!!

Carolina Sanfona Knipping