O início das Comemorações do 25 de Abril decorreram na noite 24 de Abril com a Sessão Comemorativa da Assembleia Municipal de Alpiarça e o Hastear das Bandeiras Nacional e Municipal no Largo dos Águias. Na Sessão Comemorativa estiveram presentes todo o executivo camarário, deputados e mesa da Assembleia Municipal, Presidente da Junta de Freguesia e Presidente da Assembleia Municipal e municipes. Os discursos lembraram a importância da revolução mas todos expressaram o que falta cumprir.
Fernando Louro, presidente da Assembleia Municipal recordou o movimento revolucionário e exaltou os valores de Abril, acentuando a importância da educação e da cultura no desenvolvimento do país.
Armindo Batata, em representação do Movimento Muda Alpiarça, fez o discurso mais emotivo da noite. Recordou o episódio dos anos 60 em que a polícia, na calada da noite, leva alpiarcenses para interrogatório. Entre “este não é o Portugal que eu queria” e , depois de 25 de Abril, ” este é o Portugal que eu quero”, Armindo Batata define que “Portugal tem de ser o país onde cabem todos os que pensam de maneira diferente”. Terminou dando vivas ao 26 de Abril de 1975, data das primeiras eleições livres em Portugal.
Rita Marques, porta voz da bancada do Partido Socialista, e a mais nova deputada com assento na assembleia municipal, referiu que “não sabe o que é viver sem liberdade”. Falou sobre a revolução através do olhar da sua avó, comparando esta geração que mal sabia ler e escrever com a vida dos jovens de hoje. No fim, referiu que “Abril não se fez só em 1974; faz-se todos os dias”.
Anabela Costa, em representação da CDU, centrou o seu discurso na conquista dos direitos dos trabalhadores e na necessidade de não se deixar cair no esquecimento os valores de Abril, passando o testemunho aos jovens.
Mário Pereira, presidente da autarquia, fez o discurso mais longo da noite. A par de um resumo das conquistas históricas da revolução enquadradas nos temas do poder local e no concelho de Alpiarça , lembrou os alpiarcenses que sofreram a perseguição e a tortura. Reportando-se à atualidade, referiu que nestas quatro décadas de poder local, os eleitos melhoraram e desenvolveram as populações. Criticou o governo central que deixou de investir no poder local, e pretende transferir competências nas áreas da educação, saúde, transportes, segurança social e civil sem transferência de verbas. Para o autarca esta medida só irá aumentar o desequilíbrio entre regiões com diferentes andamentos económicos. Mário Pereira defendeu a manutenção dos serviços públicos e a dinamização da cultura. Terminou com poema de José Fanha ” Ser Português aqui”.
No mesmo palco DCM Trio atuou com canções de Abril.
À última badalada da meia-noite, presidente da Câmara Municipal de Alpiarça e presidente da Assembleia Municipal hastearam as bandeiras nacional e municipal com a saudação do corpo de Bombeiros Municipais de Alpiarça e da Banda Filarmónica Alpiarcense 1o de Dezembro.
