egurança Social anda a atrasar envio de documentação para França prejudicando a atribuição de reforma aos emigrantes portugueses que a solicitam nesse pais.
Dionísio Peralta, que Alpiarça conhece como o construtor de miniaturas e que já expôs na Biblioteca Municipal de Alpiarça, foi emigrante e durante os 12 últimos anos trabalhou como motorista de pesados numa empresa em França. Atingidos os 62 anos de idade e uma vida de descontos que começou aos 14 anos, Dionísio Peralta solicitou em novembro de 2017 o pedido de reforma em França. Como referiu “descontou sempre em França e é lá que tem de pedir a reforma”. Acontece que os serviços franceses aguardam quase há um ano um formulário com os descontos do trabalhador em Portugal. Dionísio Peralta já perdeu a conta das vezes que foi a Lisboa , ao Centro Nacional de Pensões, para tentar resolver a questão. Mas não consegue. E a resposta é sempre a mesma: tem de esperar. Dionísio Peralta não percebe como é que quem pede a reforma, espera. Como come, paga as despesas da casa, paga os medicamentos. Não há outras formas de rendimento. Depois de muitas insistências, Dionísio percebeu que o patrão que teve em Portugal não entregou á Segurança Social os descontos que devia. Indignado desabafou que ” não se protege quem trabalha e que fez todos os descontos e que não tem culpa da irresponsabilidade dos outros”.
De França, de vez em quando, recebe uma chamada telefónica a pedir para ir tratar do assunto aos serviços centrais porque querem fechar o processo de reforma. Bastava à Segurança Social consultar os registos antigos e dar essa informação à congénere francesa. Dionísio tem uma tendinite que desde os 58 anos lhe tem dificultado a vida profissional. Por esta altura, o patrão exigiu que fosse ao que é equivalente em França a uma junta médica para que pudesse ter a reforma por invalidez. Mas ele não quis. Preferiu continuar a trabalhar.até atingir a idade da reforma em frança: os 62. Não está a pedir nada do Estado Português. Esta reforma é dada pelo estado Francês porque, como acentua, foi para quem descontou. “Uma desorganização a Segurança Social em Portugal – continuou – até me disseram que eu tinha de pedir primeiro a reforma portuguesa! Um absurdo! E infelizmente, há mais casos de emigrantes que aguardam o envio de documentação! É assim com esta falta de respeito que tratam os nossos emigrantes”