Praia, bar, pesqueiros – o novo Parque Ecológico dos Patudos

Com um investimento de cerca de um milhão de euros, foi aprovado ontem na reunião extraordinária da Câmara, com a abstenção PS, o Parque Ecológico dos Patudos.

Com o reforço das verbas comunitárias recentemente aprovado, o projeto com candidatura a apresentar hoje ao abrigo do programa de recuperação do património natural foi alterado, nas palavras do presidente da Câmara Municipal, Mário Pereira, “uma proposta ambiciosa que permitiu avançar com elementos não previstos inicialmente que valorizam a intervenção”.

Esta alteração incide essencialmente em duas vertentes: um bar em frente às piscinas municipais que possa funcionar como uma espécie de snack-bar, com zona de balneários, e que se servirá de apoio à outra vertente, a praia ecológica que se localizará no limite da barragem, junto aos plátanos, que os irá manter, e terá ainda areia fina. A água será mantida de forma o mais natural possível, através de um furo já existente. Além destas novidades, vai ter duas zonas de pesqueiros , uma a norte e outra a sul, cada uma com 25 instalações, a recuperação da ponte e uma zona de estacionamento.

Depois da discussão e com as intervenções da vereadora Sónia Sanfona e do vereador em substituição Lúcio Amaral, o projeto inicial apresentado sofreu algumas alterações.

Sónia Sanfona considerou que este projeto é uma melhoria para o concelho e congratulou-se com o facto de as verbas comunitárias serem libertadas para permitir uma maior qualidade de vida das populações. Contudo, considera que o maior problema continua a ser a recuperação da massa de água da barragem, um problema não resolvido e que teme poder ser um condicionamento à aceitação da candidatura mas, referiu, “não é de todo de desperdiçar mais uma oportunidade de melhorar um espaço que possa ser usufruído por todos”.

Considerou ainda a vereadora a questão dos custos de manutenção. E questionou algumas intervenções como os caminhos pedonais que devem ser naturais e ainda uma das zonas de pesqueiro com uma projeção para a linha de água que considera que disvirtualiza a paisagem. Esta situação ficou resolvida com a alteração do projeto.

Saiu ainda do projeto a ponte ou passadiço que, no entender da vereadora cortava a continuidade da praia ecológica, encarecia o projeto quando já existe um trajeto para circundar a barragem.

Lamentou a vereadora ainda que as duas infraestruturas já existentes – as piscinas e o parque de campismo – terem ficado de fora do projeto, podendo existir um acesso mais rápido à linha de água.

Vão ser ainda requalificadas áreas como os orgãos junto ao paredão para proteção dos aquíferos, a rampa de acesso á agua, a requalificação da ponte pedonal (manutenção e reforço) e dos taludes marginais ao plano de água.

Vai ter ainda sinalética com informação sobre a Barragem, balneários e um armazém.

A comporta vai ser reparada em duas fases sendo que a última só poderá ser efetuada após a resolução da massa de água.

Sobre esta questão, o presidente da autarquia informou que em fevereiro, mesmo antes da situação pandémica, tinha tido uma reunião com a secretária de estado e com a APA sobre a questão da limpeza da barragem através do Programa operacional dos recursos ambientais e naturais.

Desde o início do ano que a Câmara está a fazer análises periódicas à qualidade da água da Barragem e todos os valores indicam água própria para banhos, embora se mantenha a massa orgânica.

A realização do projeto custou 38 600 euros mais IVA.

A requalificação do Parque Ecológico dos Patudos está inserido no programa Alentejo 2020 na contratualização da CCDR Alentejo com a CIMLT, comparticipado em 85% pelo FEDER e 15% pelo Município.