Face às recentes notícias que colocam como possibilidade o encerramento dos postos dos CTT em Alpiarça e Alferrarede (Abrantes) a Direcção da Organização Regional de Santarém afirma que:
1) O Processo de privatização dos CTT que teve um desastroso desfecho com o anterior governo do PSD/CDS-PP e contou com o envolvimento do PS, tem tido com principais consequências a descapitalização da empresa, o alienar do seu património, o degradar do serviço prestado. Um caminho que já implicou: um aumento de 47% na tarifa do correio normal desde a privatização; que entre 2009 e 2016 tenham encerrado 564 estações e postos de correios; que largas centenas de postos de trabalho tenham já sido destruídos; que o correio demore hoje mais tempo a chegar ao destino do que demorava há trinta anos; que tenha sido vendido património para suportar o pagamento de dividendos.
Hoje fica mais claro para milhares de pessoas que esta medida em nada se relacionou com a melhoria das condições de vida e do serviço postal prestado às populações, mas antes visou distribuir chorudos dividendos aos actuais accionistas dos CTT.
2) Recentemente, a administração dos CTT anunciou um pacote de medidas, invocando as quebras na circulação do correio postal para justificar um salto qualitativo no saque à empresa e aos trabalhadores, quando já hoje o serviço público é uma sombra do que foi. O correio chega cada vez a menos pessoas,
cada vez mais tarde e é cada vez mais caro. E o problema não está no correio electrónico, que a empresa aliás nunca “quis” desenvolver. Nem no número de trabalhadores, que são muito menos do que aqueles que seriam necessários. O problema dos CTT está na incompatibilidade entre o papel estratégico do
serviço público que está obrigado a prestar e o objectivo único dos grupos económicos: os seus lucros.
Os objectivos da administração dos CTT são claros e o Governo não pode mostrar desconhecimento sobre a dimensão desta ofensiva, como fez o Primeiro-Ministro no debate quinzenal na Assembleia da República. A serem concretizadas as intenções dos grupos monopolistas, o serviço público postal
universal desaparecerá como tal e a destruição da empresa deixará de ser apenas uma possibilidade.
Para o PCP, o Governo não pode permitir a concretização deste plano.
3) É neste quadro que se insere esta intenção de encerrar os postos de Correios de Alpiarça e Alferrarede, no concelho de Abrantes. A DORSA do PCP repudia veementemente esta possibilidade, que significaria um salto qualitativo na degradação das condições de vida daquelas populações e dos seus
trabalhadores.
4) O PCP afirma que é possível e necessário inverter esta situação, e apela à união e luta de todos (trabalhadores dos Correios, utentes e população em geral) para impedir o encerramento destes postos. Reafirmamos que tudo faremos para que o Governo assuma a sua responsabilidade de defender e dinamizar a prestação de serviços públicos de qualidade. Este é mais um exemplo que dá razão à proposta que o PCP apresentou na Assembleia da República de recuperação do controlo público, tendo a mesma sido chumbada por PS, PSD e CDS-PP.
É urgente libertar os CTT da gestão privada e retomar o serviço postal público, universal e de qualidade!