As eleições autárquicas de 2017 assumem uma importância muito particular, designadamente no que respeita à oportunidade única para, no âmbito do Portugal 2020, potenciar as possibilidades de desenvolvimento das economias locais, no espaço da Região e do País. O calendário que vivemos irá, também, conhecer um pacote importante de descentralização de competências, que irá colocar as administrações locais perante o desafio do estudo, preparação e execução. Para que tal tenha sucesso, é absolutamente necessário utilizar todas as nossas capacidades endógenas para a sua concretização. Tendo presentes os desafios, é prudente que Não me conformo! cada um de nós faça, no âmbito das eleições autárquicas, as melhores opções. E, nesta matéria, um bom parâmetro para aferir a capacidade de estudo, preparação e execução é verificarmos o que foi o desempenho passado. Quando olhamos para o tempo que vivemos, salta à evidência um discurso centrado na incapacidade, com críticas dirigidas a quem esteve antes. É interessante compararmos esta atitude, tendo presente a ideologia apregoada pela governação local. Em que é que o discurso diverge do que, no âmbito nacional, foi empregue por Passos Coelho e executado por Vítor Gaspar? Não seria mais interessante, a esta governação local, adotar como prática a que resulta das teorias que advoga para o País? Seria interessante mas o problema é que tal prática obriga a estudo e a trabalho e a maioria que nos governa tem nesta matéria um problema sério; já que não é muito adepta da preparação, e no que toca à execução até confrange. Confrange e, para que ainda pudesse ter dúvidas, é só lembrar algumas iniciativas básicas, de que são exemplo: a incapacidade para colocar sinalética informativa em condições, preparar uma Alpiagra que não seja motivo de chacota, colocar massas asfálticas sem que as ervas nasçam ainda antes do asfaltamento da artéria estar concluído, regar as árvores que se plantam apenas para difusão mediática ou transformar instalações municipais em depósitos de entulho. Estes exemplos de operações básicas pioram quando se exige um pouco mais, como sucedeu com a intervenção na praça frontal ao Edifício dos Paços do Concelho (onde anularam a criação de uma nova centralidade, dotada de habitação e serviços, para impor, no seu lugar, uma Praça mastodôntica sem alma e sem identidade), ou no crime cometido na intervenção concretizada no espaço envolvente à Casa dos Patudos, onde conseguiram destruir o jardim que dava à parte edificada a identidade da Quinta Ribatejana e, como tal, representava uma importante opção de valorização enquanto recurso turístico. Será muito exigir a quem governa que saiba o que é identidade, qual o seu valor intrínseco e qual a sua capacidade de valorização exterior? Num tempo, antes desta maioria que governa, Alpiarça foi distinguida a nível nacional pelo esforço que fez na diminuição de custos de contexto, fundamentais à captação de investimento estrangeiro. Nesta distinção estiveram quatro Municípios e Alpiarça foi um dos quatro. Esse foi tempo de exigência. Foi tempo de trazer empresas (como foi o caso da Renoldy), da Monliz, da Texsa e de outras de menor dimensão. Este tempo, pelo contrário, é o tempo em que as empresas se vão (como é o caso da Renoldy), ou não encontram resposta municipal para as suas ambições de crescimento. Este é, também, o tempo em que as Instituições deixam de operar em todos os domínios de atuação, como é o caso dos CTT, ou da Segurança Social. Alpiarça não se pode conformar com esta situação. Alpiarça precisa de conhecimento, de trabalho, de ambição. Alpiarça tem direito a outro tempo, com qualidade de vida, com desenvolvimento.
Joaquim Rosa do Céu PS Alpiarça