Maria contava com pouco mais de meia centena de anos de vida, mas as rugas acrescentavam mais alguns. Trabalhava de sol a sol nas casas das senhoras, pejadas de escadas para lavar. Tanta luta para receber, semanalmente, o suficiente para as refeições do dia-a-dia, medicação para as dores dos joanetes e para ir à feira quinzenal, onde aproveitava para comprar as roupinhas que iriam substituir aquelas que já não aguentavam os remendos.
No final do mês lá ia guardando uns trocos para o que lá pudesse vir ou para dar uma notinha aos netos nos dias de aniversário, tudo, quase nada, religiosamente guardado numa meia, elevando o dito Pé de Meia à realidade daquela casinha honrada.
Mal sabia ela que, numa manhã de um sábado soalheiro, enquanto regava as parcas flores do seu jardim, se abeirou do seu muro um homem bem vestido, como aqueles que se veem na televisão em horas de telejornal, alegando trabalhar na segurança social e a pedido do presidente da Junta, andava a ver quem tinha dinheiro antigo.
A Maria, dias antes, enquanto cozia umas couves com uma cara de bacalhau, ouviu na televisão que estavam para chegar novas notas em circulação. Enquanto deitava o olho ao almoço, as mãos à lida da casa e o ouvido às notícias alguma coisa ficou para trás, mas não foi o belo almocinho regado de bom azeite.
Assim, quando o homem “bem-falante” lhe perguntou por notas antigas, o seu pensamento foi para a notícia ouvida com intermitências.
A Maria mostrou-se colaborante: – Tenho dinheiro guardado que pode ser antigo?! Dirigiu-se ao local onde guardava umas poucas notas de euro e mostrou ao homem, confiando que estava na presença de alguém honesto e que, a troco da sua boa vontade, iria ajudá-la na troca de dinheiro antigo por notas novas, pois, porque não queria perder as suas economias.
Se a Maria não queria ficar sem as poupanças de uma vida, o homem também não vinha para perder essa oportunidade, logo que teve as notas na mão apressou-se a sair dali, dizendo que ia buscar as novas para a troca.
Como o pensamento da Maria não alvitrava nada de mal, nem se apercebeu que o homem tinha acabado de entrar no carro e, a grande velocidade, abandonava o local, levantando a poeira do caminho de terra batida, também para que não fosse fixada qualquer característica do carro que conduzia.
A Maria ficou incrédula, tinha acabado de entregar o ouro ao bandido. A vergonha não a deixou contar aos filhos, a trabalhar na grande cidade. Não os queria preocupar com os seus erros.
As notas ou qualquer que seja o dinheiro não é trocada de porta em porta e muito menos a pessoas da Segurança Social.
Segundo informação do Banco de Portugal, a 4 de abril de 2017 entrará em circulação uma nova nota de 50 euros.
A nova nota de 50 euros pertence à série “Europa” de notas de euro. As notas desta série têm novos elementos de segurança que as tornam ainda mais seguras e mais resistentes à contrafação.
Em Portugal, a nova nota de 50 euros será colocada em circulação pelo Banco de Portugal, através dos balcões das instituições bancárias e de máquinas de distribuição de notas.
Autor: Ónesto
Não é necessário trocar quaisquer notas. Quem, ainda assim, pretenda fazê-lo deverá dirigir-se ao balcão de um banco ou a uma tesouraria do Banco de Portugal.
Com a entrada em circulação da nova nota, os cidadãos poderão continuar a utilizar a nota de 50 euros da primeira série, sem restrições.
Ninguém está mandatado para recolher notas em nome do Banco de Portugal ou de qualquer instituição bancária.