Se há temática que nunca poderá ser tratada como secundária é a da educação/formação e os locais onde ela é dada. O mundo só anda com educação e formação, sem “ter à frente um capataz”, como dizia o famoso Zeca Afonso. É da responsabilidade de todos criar condições para que todas as pessoas tenham acesso ao conhecimento e à educação, sejam elas novas ou velhas, grupos privilegiados a nível sócio-económico ou grupos desfavorecidos, de Alpiarça, de Lisboa, do Porto ou de Vinhais. Essas diferenças têm vindo a ser corrigidas com o passar dos anos, com programas para melhoramento e modernização das escolas portuguesas, bem como com o reequilíbrio do ensino público. Não quero perder a oportunidade para dar os parabéns ao projeto que introduziu a dieta mediterrânica nas nossas escolas, dando a todos os alunos a hipótese de ter uma alimentação saudável e que sirva as necessidades que os alunos têm na sua vida escolar, tendo, também, ficado bastante satisfeito por saber que duas jovens de Alpiarça estão a trabalhar na implementação desse projeto no nosso concelho. Não nos podemos, também, esquecer da introdução de manuais escolares gratuitos para todos os alunos do 1º ano de escolaridade.
Como em quase todo o nosso país, as autarquias têm uma enorme importância, tomando decisões políticas que marcam a diferença dentro dos seus concelhos. No campo da educação, é notável a oferta de livros escolares do 1º ao 12º ano de escolaridade, por parte do Câmara Municipal da Chamusca, uma medida que, com toda certeza, ajudará a fixar pessoas dentro do concelho e criará uma boa relação entre habitantes e a terra. Compreendo perfeitamente que a Câmara Municipal de Alpiarça não disponha de uma verba suficiente para também poder fazer esta oferta. Será que, caso fosse sua vontade, não seria de todo possível fazer essa oferta a todos os alunos do 1ºciclo? É certo que existe uma verba atribuída a alunos de famílias carenciadas, mas essa mesma verba poderia ser logo convertida em bens necessários e que garantissem possibilidades de bom rendimento escolar das crianças, tais como material escolar, roupas e calçado próprio para as diferentes atividades. Relativamente às instalações escolares, não podemos, de todo, dizer que Alpiarça é um mau exemplo, muito por causa da visão estratégica que existia para Alpiarça e que levou à construção de edifícios escolares suficientes para a procura. Outra questão é o grau de conservação desses mesmos edifícios, com grande destaque para o pavilhão da escola EB 2,3/S de José Relvas que, durante o ano letivo passado, tinha vários problemas com a sua cobertura. Há outros exemplos de reparações necessárias, como é o caso dos salas/laboratórios que não oferecem as condições necessárias à realização dos procedimentos experimentais. Os jovens são o presente e o futuro e são eles que terão de vir a potenciar a nossa terra e ter as preocupações que nós temos hoje. Mas, como poderão eles fazê-lo, se não lhes dermos as ferramentas corretas?
Rodolfo Colhe
PS (Juventude Socialista)