No dia 23 de Abril, Alpiarça acordou com comunicados espalhados pela vila onde se lia” É preciso armar o Povo! A Cultura é uma arma e devemos estar alerta!” Este comunicado foi uma estratégia idealizada pelo autor de Banda Desenhada Mário André para promover o lançamento do seu novo franzine e a Tertúlia que decorreram no mesmo dia, pelas 18h, na Biblioteca Municipal de Alpiarça.
Incluída na comemoração do Dia Mundial do Livro, Mário André apresentou “Demónios da Krátia”, o seu novo franzine que inclui ” Muros”, a prancha que levou a concurso ao Amadora BD em 2017. Seguiu-se uma conversa e debate sobre Banda Desenhada, produção de franzines e a situação atual deste género englobado na chamada literatura de cordel e que tem tido um tratamento marginal por parte dos teóricos literários.
Com forte implantação em Portugal nos anos 50, 60 e 70 do século passado, este género servia de contestação às situações políticas e sociais deste período e, dada a facilidade de acesso foi fortemente divulgada, sobretudo entre as camadas jovens. Foi sobre isto que Luís Meireles, um mestre fazedor de franzines sobre literatura e Bruno Rocha, um jovem que produz vários tipos de franzines falaram, fazendo críticas à falta de divulgação deste género e abrindo perspectivas para um debate futuro sobre o desafio dos novos suportes tecnológicos na sua promoção. Mário André lamentou o facto das escolas estarem pouco receptivas ao desafio que lançou para fazer franzines com os alunos, já que este tema faz parte do programa do ensino do Português. Ficou ainda lançado um desafio para a realização de um festival internacional de franzines para dar a conhecer a produção internacional deste género e promover lá fora, o que por cá se vai fazendo nesta matéria.