O auditório da Casa dos Patudos foi palco de um concerto de música clássica com os Solistas da Orquestra de Câmara de Sintra que decorreu nesta quinta-feira, dia 5 de março, pelas 21h30.
O “Trio de Cordas”, composto por Abel Gomes (Violoncelo), Eurico Cardoso (Viola D’ arco) e Nelson Nogueira (Violino), prestou homenagem ao político, diplomata, músico José de Azevedo Mascarenhas Relvas.
José Relvas nasceu na Golegã a 5 de março de 1858 e era filho de Carlos Relvas, lavrador e fotógrafo, e de D. Margarida Amália Mendes de Azevedo e Vasconcelos Relvas, filha do Conde de Podentes. A política já lhe estava no sangue. O seu avô paterno, José Farinha Relvas e Campos, foi várias vezes Presidente da Câmara Municipal da Golegã. Estudou Direito e Letras. Mudou-se para Alpiarça no final do século XIX, quando herdou a Quinta dos Patudos.
Casado com D. Eugénia Antónia de Loureiro da Silva Mendes, a sua vida foi ensombrada pela tragédia, primeiro com a morte de dois filhos, Maria Luísa, aos 12 anos, e João Pedro, aos 11, devido à febre tifóide e, anos mais tarde, o seu terceiro filho, Carlos, suicida-se aos 35 anos, no dia 14 de Dezembro de 1919. Se o casamento entre Relvas e Eugénia foi coroado de amor, este ato trágico e o desgosto político pelos caminhos que a república trilhava dissolveram a cumplicidade entre o casal e votaram o republicano ao afastamento da vida pública.
O homem que a 5 de outubro de 1910 proclamou a Implantação da República da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, foi Ministro das Finanças do Governo Provisório de 12 de Outubro de 1910 até 4 de Setembro de 1911 e foi novamente chamado a servir o país a 27 de janeiro de 1919, até março do mesmo ano, ao ser nomeado Presidente do Ministério (Chefe de Governo).
Morre a 31 de outubro de 1929 e deixa em testamento a Casa às gentes da terra que ajudara a elevar a concelho a 2 de abril de 1914 (Lei nº 129).