Centro Cultural Bruno Ramiro

O CCBR (Centro Cultu­ral Bruno Ramiro) tem o nome do maestro, men­tor e impulsionador des­te projeto que pretende compreender várias for­mas de expressão artísti­ca num só espaço.

O que o motivou a criar o CCBR?
O gosto pelo ensino, a paixão pela música, pelas artes, pelas várias culturas, por uma formação adequada a cada um. A procura faz criar novos projetos, e este Centro Cultural é o reflexo disso mesmo, havia uma grande falha de oferta e de novas oportunidades. Segredo? Pois, criar talentos muito poucos o conseguem, tendo uma equipa como nós, sim, é o orgulho da nossa imagem. Quando se acredita, temos o reflexo por parte das pessoas, o talento, o rigor, a confiança; é sim, um grande motivo de orgulho.
Acreditamos num futuro melhor para todos, criamos arte, formamos crianças, jovens e adultos a melhorar os seus conhecimentos a vários níveis, e assim aparece o CCBR.

Houve um interesse especial no edifício do antigo Cine-Teatro de Alpiarça?
Sim, de certa forma posso dizer que sim. Sempre me fascinou este espaço. Pergunta­va-me a mim mesmo, porque é que conti­nuava fechado? Quando um simples e humilde músico vê uma casa de cultura fechada, o que acha que deve fazer? Sonhar. Sim, quando se sonha voamos e aqui estou, com uma equipa de profissionais em várias áreas e muitos ami­gos em prol deste projeto.
No início procurava um espaço para conti­nuar a fazer a Arte do Espetáculo na qual trabalho há 20 anos. Quando se acredita, é possível comemorar o 4º Aniversário do Centro Cultural no próximo mês de Setem­bro. Estão todos convidados, o Programa vai sair em breve.
Dou-lhe um exemplo, quando todas as por­tas se fecham, outros caminhos temos que tomar, e esta foi uma oportunidade, pois apenas com pessoas boas conseguimos dar asas aos nossos sonhos. Podem acreditar…
Um dia, o maior agradecimento será ouvir novamente o silêncio ou as palmas de todos vós na antiga sala do Cinema de Alpiarça…

Já sei que é maestro mas que percurso faz um músico até chegar à sua posição?
Sim, fui Maestro de Bandas Filarmónicas, neste momento sou Coordenador do CCBR em Alpiarça. Trabalhei em algumas Bandas Filarmónicas e em escolas privadas, públi­cas, onde deixei grandes amigos, que sauda­des!!! Sim, sou músico. A minha “posição” ? apenas quero ter o meu espaço dentro des­ta bola onde todos estamos e ser respeitado, sair à rua e ter amigos para a vida.
Não me considero “Maestro”. Sou músico.
Sou um Músico que trabalha todos os dias para colocar o pão na mesa, não tem sido nada fácil, mas tenho uma família que adoro e pessoas amigas, todos os dias.
O caminho para ser Maestro? Há tantos ca­minhos possíveis…
Em primeiro lugar não se define um cami­nho, este vai-se desenhando ao longo das oportunidades que vão surgindo, uns demo­ram mais, outros chegam ao sonho mais rá­pido, mas nada como a paciência e teimosia para alcançarmos o que gostamos.

Para si, que papel têm a arte e a cultura na dinamização do concelho?
Têm um papel fundamental, quer a nível de crescimento económico, quer a nível de evolução cultural. Permitem a regeneração urbana e a revitalização da nossa cultu­ra. É importante cada vez mais apostar na nossa cultura, que é riquíssima e tanta falta nos faz! Não nos podemos esquecer que é através da nossa cultura que muitas vezes damos a conhecer a nossa região, os seus ta­lentos, o seu valor e os seus encantos.

“Os valores e as atitudes transmitem-se de pessoa para pessoa: de educador a educando, de educando a educando, de educando a educador”. Pegando nestas suas palavras, acha que a transmissão de conhecimento no ensino português ainda está muito unidirecional, i.e., somente vo­cacionada para professor – aluno?
Não, na totalidade.
Mas enquanto existir um sistema que fecha a porta à cultura, e os seus intervenientes fo­rem programados como robôs que colocam e descarregam ficheiros formatados, como podemos avançar numa Cultura Mundial aberta ao conhecimento livre de preconcei­tos, pensando nas pessoas e não apenas em números, percentagens, como decorre hoje no mundo real? Para alguns, nós somos nú­meros de somar ou de subtrair e enquanto continuar assim, é claro que algo vai muito mal. Um professor é o elo de ligação entre o desconhecido e a sabedoria, pois teremos que ter alguém que nos dê não apenas um caminho, mas que nos mostre várias possi­bilidades de estradas para a vida.
Quando um Pedagogo livre, de mente rea­lista e verdadeira, sabe encantar o seu edu­cando com a sua magia, o seu educando irá formar outro educando ainda melhor.

Para o Bruno, quais são as vantagens de um sistema de ensino com base na pre­missa “estamos sempre a aprender”, in­dependentemente da idade, cargo ou es­trato social do indivíduo?
Para aprender basta ser interessado, o saber não devia de ter estrato social, idade ou até mesmo ideologia.
Devemos sair do estado de conforto para uma maior abertura mental, o conhecimento infinito… “Só sei que nada sei”, aprender, aprender, aprender. Absorver o máximo que este nosso mundo tem para nos ensinar. Através do infinito temos a música, a dan­ça, o teatro, todas as artes em geral podem ajudar-nos de forma terapêutica e motiva­cional.

Na sua opinião, que papel tem a arte, em todas as facetas que assume, na formação de uma mente jovem?
”Conhecimento” – Ajuda a manter a mente ocupada, exercita-a! Faz com que as crian­ças, jovens ou adultos se mantenham ocu­pados e se interessem pela arte e cultura do nosso País e pela cultura mundial. Está confirmado que aprender música melhora a nossa capacidade de reação dos movimentos e do raciocínio, não deixando morrer capa­cidades do nosso cérebro. Como se costuma dizer “parar é morrer”.

As disciplinas dedicadas à expressão ar­tística no ensino escolar obrigatório são suficientes?
Na minha opinião, não são suficientes. A cultura deve ser trabalhada desde muito cedo, mesmo antes de se aprender a falar ou andar. Gostaria de ver, sim, uma grande articulação entre todas as Escolas a nível nacional e depois internacional, públicas ou particulares, e todas as entidades Culturais existentes no nosso país envolvendo os mais diversos entendidos no assunto.
Parece algo impossível mas não é, basta ha­ver vontade pelos responsáveis deste país e agora deste mundo. Portugal irá ganhar imenso com esta articulação. De nada ser­virá colocarem mais disciplinas, se apenas dão formação teórica.
Quando um bebé nasce, este não aprende a escrever para saber falar, mas sim o con­trário. Não entendo como não colocam as crianças a aprenderem com a prática logo de pequenos, de certeza que teríamos mui­tos mais artistas amadores ou profissionais, não só na cultura como também noutras pro­fissões….
Podem contar com o CCBR para o futuro próximo.

Que atividades desenvolve o C.C.B.R.?
Podemos aprender a tocar um instrumento musical com as músicas que mais gostamos. Dança, Ballet, Zumba, Fitness, Cursos de Férias, Organização de Eventos Culturais, Concertos Regulares, Bandas de Garagem, Artistas, Grupo de Teatro, Ateliers de Ex­pressão Plástica para Crianças ou Adultos, Pintura, Exposições, Salas para Festas de Aniversário.
NOVIDADE, temos agora Formação Pro­fissional Certificada com a parceria da VIP Sucesso e A Forma Humana, ÚNICA NA NOSSA REGIÃO. Vamos apresentar estas formações profissionais no dia 3 de Setem­bro, pelas 21 horas na Alpiagra. Aparece.
É um projeto de aprendizagem acompa­nhado, autónomo e partilhado. As aulas são para ensinar e aprender.
É um projeto de pensamento. Ensina a re­fletir e a conhecer com humildade as reali­dades das coisas. O pensamento é o melhor instrumento que o ser humano cria.
Um projeto de decisão, responsabilidade, confiança, amor partilhado e comunidade. O aprendiz exercita-se a decidir com amor e por amor tudo o que faz e da forma como o faz.
Um projeto de sentido para a vida. Pretende ajudar a responder responsavelmente à vida em todas as suas dimensões: física, intelec­tual, emocional, relacional, espiritual.
Divulgar o Património Histórico e promo­ver o conhecimento, apoiar e dinamizar a produção artística cultural, será sempre o nosso princípio, elegendo a educação artís­tica como área de intervenção prioritária.
O Centro Cultural Bruno Ramiro oferece um ensino de qualidade e livre, que possibi­lita o gosto pelas Artes do Espetáculo e pela cultura geral.

Que planos tem o CCBR para o futuro?
Fazer mais e melhor, pois é este o grande desafio e continuar a merecer a confiança de todos vós.
Muitas surpresas, garantidamente, vão con­tinuar a aparecer no CCBR, curiosos?
Vamos estar presentes na Alpiagra com o nosso já habitual espaço cultural e ativida­des ao vivo.
Temos as inscrições abertas para todas as atividades com início na 1ª semana de Se­tembro.
Um projeto de sentido para a vida.

Um OBRIGADO a todos os nossos parceiros e voluntários, pela dedicação.