Ricardo Teixeira tem 29 anos e já se diz meio alemão. Em entrevista ao nosso jornal conta a história de vida por terras germânicas. Aí tem grande parte da família e para já não faz parte dos planos regressar a Alpiarça, onde tem muitos amigos e a quem envia uma mensagem.
Ricardo, quando e porque decidiu emigrar?
Fez agora a 12 de janeiro dois anos que vim novamente para a Alemanha. Eu vivi no país até aos 13 anos com os meus pais.
Depois vim para cá porque tinha 27 anos e vivia na casa dos meus pais ainda e não era aquilo que eu queria para a minha vida. Por isso decidi falar com a família que tenho cá e eles me arranjar trabalho. Vim cá experimentar e gostei bastante.
Está a trabalhar em quê?
O meu primeiro trabalho foi numa empresa de reciclagem de material informático.
E agora?
Em novembro do ano passado mudei-me para a nova empresa chamada FormelD que presta todo o tipo de serviço as marcas de construção de carros.
A adaptação foi fácil?
Posso dizer que é tudo diferente aqui. Para mim pessoalmente foi bastante mais fácil porque já sabia bastante da língua é isso ajuda bastante, no caso da minha esposa que veio umas semanas depois de mim para cá, nunca tinha tido qualquer contacto com a Alemanha, por isso foi mais difícil a adaptação. Mas nada que o tempo e a vontade de querer aprender não se consiga.
E a língua?
A língua para mim foi fácil. Só tive que aprender novamente a lidar com a língua alemã todos os dias. Eu fiz escola aqui até a 6º ano.
Tem mais família ai consigo?
Tenho cá a minha esposa, irmão, a minha mãe e os meus primos que já vivem cá há mais de 40 anos.
Vem muitas vezes cá? Como matam saudades?
Desde que vim em 2014 fui duas vezes. Em 2014 tive que ir devido ao falecimento do meu pai e fui outra vez duas semanas de férias. Em 2015 por motivos profissionais não fui a “casa”.
Hoje em dia a internet ajuda?
As saudades é uma palavra difícil para quem está fora ou para quem tem os seus fora do país. Mas as saudades matas com um simples telefonema com a família ou na internet a falar com os amigos.
E a integração com a comunidade local?
Sim, posso dizer que a integração boa, às vezes sentimos que não tem nada a ver com aquilo que estávamos habituados mas as pessoas mostra sempre respeito e boa educação
Já se sente metade alemão?
Devido ao meu passado aqui neste país onde vivi boa parte da minha infância, já me sentia metade alemão mesmo antes de vir mas desde que cá estou tenho ainda mais carinho por este país.
Pretende ficar para sempre aí?
A minha ideia será aqui fazer a minha vida até à reforma, não tenho filhos ainda de momento mas penso que um dia virei a ter filhos, e acho que eles vão ter melhor vida aqui, a nível de tudo
Como é que à distância tem acompanhado Alpiarça?
Acompanho Alpiarça pelo que falo com amigos e pela internet.
Que mensagem envia para familiares e amigos que tenha em Alpiarça?
Quero mandar um grande abraço a todos os alpiarcenses que eu conheço e não conheço. Espero, este ano conseguir ir aí matar as saudades que tenho dessa terra e das pessoas que me são queridas. Um beijinho e abraços a todos.