Em Dezembro último, a Deco Proteste apresentou um estudo sobre o tarifário da água a nível nacional. Na hora de puxar pela carteira e pagar as contas, os consumidores fazem as contas. Neste estudo, a Deco “põe a nu discrepâncias de preço” e a nível nacional conclui que “tal como em anos anteriores, de norte a sul, as tarifas de abastecimento de água continuam mais elevadas nos municípios que realizaram contratos de concessão com entidades gestoras.” E como fica o distrito de Santarém?
A nível distrital, Alpiarça fica em quarto lugar na lista dos 21 concelhos com o tarifário mais baixo. Recorde que a fatura da água contém 3 serviços de cobrança : abastecimento, saneamento e resíduos sólidos.
Dos 21 concelhos, Alpiarça fica no quarto lugar entre os concelhos com os tarifários mais baixos, pagando cada família alpiarcense e num consumo médio de 120m³/ano, o valor total de 251, 20€ = 124,66€ Abastecimento de água; 87,42 Saneamento e ainda os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no valor de €39,12. Antes de si, aparecem os concelhos de Golegã com um total da fatura de 223,02€, a Chamusca que cobra no total 224,08€ e Constância com fatura no valor de 240,60€.
No grupo dos concelhos aderentes às Águas do Ribatejo, Alpiarça é o segundo concelho com a fatura mais baixa. Dos sete concelhos que integram as AR -Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas, a Chamusca é onde se paga menos (224,08€ 120m³/ano) e Salvaterra de Magos é o concelho onde se paga mais (296,75€ 120m³/ano). A diferença na faturação deve-se à oscilação do valor de RSU cobrado já que, quer no abastecimento ( 124,66€) como no saneamento (87,42€), o valor é igual para todos os concelhos aderentes. No que respeita a RSU onde se paga menos dos concelhos AR é a Chamusca ( 12€) e onde se paga mais é Salvaterra de Magos (84,67€), que é também o 3º concelho com a fatura mais alta a nível distrital. Convém saber que o valor da tarifa variável de resíduos sólidos é integralmente calculado ao mesmo valor unitário de acordo com o volume total de água consumida.
A nível distrital, quem paga menos de fatura de abastecimento é a Golegã – 60,72€ (Câmara Municipal de Golegã) mas sobe ligeiramente a fatura do saneamento – 87,51€ e ainda mais os RSU – 74,79€. Ainda assim, a Golegã é o concelho onde menos paga de fatura do distrito, no total 223,02€ por 120m³/ano.
Quando chega a hora de pagar, quem vive em Ourém (Be Water – Águas de Ourém) é quem paga mais, já que é o concelho com a fatura mais cara – Abastecimento 186,41€; Saneamento 100,15€ e RSU 48,73€. Ao todo são 335,29€ por 120 m3/ano o valor total da fatura.
A capital do distrito, Santarém, com gestão das Águas de Santarém, está em 6ª posição neste ranking com os scalabitanos a pagar a fatura anual por 120m³/ano de 257,92€, valor este distribuído pelos 128,98€ do Abastecimento, 87,43€ de Saneamento e 41,51€ de resíduos sólidos urbanos.
Já a nível nacional os concelhos com a água mais cara são Trofa (Indaqua Santo Tirso) , Santo Tirso (Indaqua Santo Tirso) e Vila do Conde (Indaqua Vila do Conde), no distrito do Porto, que cobram por ano um total de 503,61€, 490,77€ e 480,21€, respetivamente.
Do lado oposto, os concelhos que cobram menos têm gestão municipal e são liderados por Vila Nova de Foz Côa (88,20€ – Câmara Municipal) e, logo a seguir, por Monchique (Câmara Municipal de Faro) e Terras de Bouro (Câmara Municipal de Terras do Bouro), nos quais se paga 99 e 103,22€, respetivamente. De salientar que Monchique não cobra RSU.
Estes cáculos referem-se aos valores praticados em 2021 e tiveram em linha de conta o consumo médio mensal de 10 m3 e de 15 m3, que correspondem, respetivamente, a 120 m3 e a 180 m3 anuais. Para análise dos dados a apresentar, optámos pela estimativa dos 120 m3 anuais, um valor que corresponde ao que consome anualmente uma família com 3 pessoas. Diz ainda o relatório que esta estimativa foi efetuada de acordo com a indicação da Organização Mundial de Saúde que considera que cada pessoa necessita de 50 a 100 litros diários de água (entre 1500 e 3000 litros por mês) para a satisfação das necessidades mais básicas.