Os Bombeiros Municipais de Alpiarça têm alguns elementos que são “uma aposta no futuro”. A escola de infantes e cadetes prepara jovens dos sete aos dezassete anos para, no futuro, se tornarem soldados da paz. Em Alpiarça há cerca de 13 jovens com aspirações a tornarem-se bombeiros.
Segundo um dos responsáveis pela escola, os “meninos”, como Fábio Dias lhe chama, juntam-se aos bombeiros por já terem uma ligação prévia ou por influência dos amigos que já lá estão “quase todos tem uma ligação, uma afinidade aos bombeiros, ou têm um pai, uma mãe, um familiar… Os outros vão depois por serem amigos, por conversas, vieram por amizade, porque andam a estudar juntos ou andam em alguma atividade juntos e vieram. Mas uma grande parte é porque têm cá raízes.” Da parte dos “meninos”, quando lhes foi perguntado porque é que queriam ser bombeiros, as respostas estiveram todas na base do ajudar os outros, do salvar vidas e da ajuda ao próximo.
Como qualquer outro elemento da corporação, também os infantes e os cadetes têm tarefas para cumprir quando estão de serviço. Ainda não podem ir em missão para emergências, porque não possuem a formação específica. Ajudam nas lides do quartel, a preparar o equipamento, a fazer as limpezas. Têm também uma componente de formação básica, mais com objetivos de cidadania e de conhecimento das questões mais protocolares, como a hierarquia, “o trabalho que eles aqui fazem é um trabalho mais educativo, mais de cidadania. Nós educamo-los para as boas maneiras, para saber a ordem unida, as bases iniciais, como se deve estar, os postos, conhecer a dinâmica, a organização do nosso corpo de bombeiros…” Fábio Dias contou também que outro dos objetivos da Escola de Infantes e Cadetes é também ajudá-los a fugir ao que é menos bom na vida, “na outra parte é que eles fujam aos vícios e às coisas ruins que a nossa sociedade também tem”.
Não deixa de lhes ser dada uma parte de formação prática. Apenas as bases, como o suporte básico de vida (SBV) ou como fazer uma chamada para o 112, dando informações precisas, “estão minimamente preparados para poderem fazer uma chamada de socorro correta, neste caso ao 112, fazer pedido da primeira ajuda e também treinam o suporte básico de vida real.” Têm também formação em termos de conhecer materiais e as regras básicas “Têm também instrução a outros níveis. É o básico: manutenção, conservação do material, saberem e conhecerem o que é. Tentar incutir regras, regulamentos, tentar incutir disciplina e temos de começar pelos mais novos. Eles é que serão o futuro, e tento dar-lhes a eles o que me deram a mim.” Em termos de trabalho prático, vão fazendo algumas missões de manutenção e de limpeza. Têm feito manutenção e limpeza dos espaços públicos e das bocas de incêndio e a limpeza de alguns espaços. Foram os elementos da Escola de Infantes e Cadetes que fizeram a limpeza do terreno queimado no Complexo Desportivo, após ter ardido um carro no parque de estacionamento. Fábio afirma que os elementos mais velhos lidam bem com os “meninos”, porque o elo de ligação aos Bombeiros vem dos elos familiares, o que significa, numa corporação como a de Alpiarça, que todos se conhecem e às respetivas famílias, havendo já uma ligação “os elementos mais velhos lidam bem com os meninos. Para já, conhecem-nos, a tal afinidade o tal elo de ligação, e os que não têm rapidamente vão tendo. Penso que toda a gente lida bem com os miúdos.”
Fábio deixou ainda a mensagem aos jovens que se queiram tornar bombeiros: “os que quiserem vir e juntar-se a este grupo terão uma porta aberta, como qualquer outro jovem que queira ser bombeiro”.