Opinião política – Educação

Numa terra em que todas as intervenções públicas dos eleitos da maioria para a CMA contêm a expressão “o poder central”, onde muitos pensam que somos apenas um pontinho no mapa, esquecido pelos líderes do nosso país, um pouco como é dito em relação a Portugal e à Europa, afinal somos apenas um cantinho à beira-mar plantado. Não só Portugal não é um cantinho à beira-mar plantado, como Alpiarça não é um pontinho no mapa, esquecido. É um facto concreto que nunca um governo correu tanto o país e se expôs tanto ao escrutínio popular como o atual governo. Iniciativas, tanto governamentais como partidárias, como foi o caso das sessões de esclarecimento sobre o OE2017, que decorreram no fim de semana de 22 e 23 de Outubro por todo o país e que no nosso distrito contou com a presença do Ministro da Defesa, Dr. José Azeredo Lopes. Em menos de um ano, Alpiarça já recebeu três governantes, falo da Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Dr.ª Graça Fonseca; do Ministro-Adjunto, Dr. Eduardo Cabrita, e mais recentemente a Dra. Alexandra Leitão, Secretária de Estado Adjunta e da Educação. No passado dia 21 dirigi-me à Escola EB 2.3/S José Relvas com o Vereador Manuel Colhe (que por acaso é o meu Pai), de forma a podermos acompanhar a Dr.ª Alexandra Leitão, deparámo-nos com um certo aparato policial por via dos problemas relacionados com as escolas privadas, que veio a provar-se não ser necessário, até porque os Alpiarcenses são valentes mas corretos ou pelo menos assim penso. Logo no primeiro contacto, foi possível perceber que, como se diz na nossa terra, a Secretária de Estado era tudo menos uma” bilhardeira”, sendo até muito frontal e concreta. Esta visita pelas instalações, que necessitam de obras, terminou com uma sessão de intervenções numa sala que bem conhecia, e acho que essas intervenções devem ser, de uma certa forma, analisadas. A diretora do Agrupamento, Professora Isabel Silva, realçou as diferenças entre a escola de Alpiarça e outras escolas já intervencionadas, deixando no ar que isso se devia ao facto de sermos uma escola pequena e fora dos grandes centros urbanos onde de facto esses problemas também existem. O Presidente da Câmara, falando das diferenças entre poder autárquico e central, deixou no governo o ónus da resolução do problema. O Presidente da Associação de Pais lamentou-se do estado das instalações e deixou no ar algumas ameaças, que com toda a certeza não foram intencionais. Para terminar, e numa das intervenções mais pragmáticas que vi um político fazer à Dr.ª Alexandra Leitão, não só teve a coragem de dizer que estaria muito feliz se Alpiarça fosse a única escola a necessitar de intervenção como garantiu que essa intervenção acontecerá com grande brevidade, bastando que a CMA concorra aos fundos destinados a esse fim, e que com toda a certeza terão acesso a uma verba muitíssimo interessante.

Muitas vezes temos uma enorme tendência para culpar os governantes de tudo o que se passa no nosso país mas esquecemo-nos de que muitas vezes são os autarcas que devem ter a iniciativa, fazendo mexer todas as engrenagens necessárias para o fim pretendido. Que isso não acontece já nós sabemos. Será preguiça? Será incompetência? Ou será só feitio?

Rodolfo Colhe – Partido Socialista